Na manhã do dia 14 de agosto, dentro da programação do seminário “Legados e Lições: Um Olhar sobre 60 Anos da Carta de Veneza”, ocorreu uma mesa-redonda para debater o que foi apresentado no painel sobre políticas públicas e engajamento comunitário.
A mesa-redonda foi moderada pelo engenheiro civil Frederico Faria Neves Almeida, especialista em Conservação e Restauração de Monumentos e Sítios Históricos. Frederico atuou como superintendente do Iphan em Pernambuco por 13 anos e, atualmente, é diretor de Obras e Projetos Especiais da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).
Participaram como debatedoras a historiadora, arquiteta e urbanista Márcia Marisa Vieira Hazin, chefe do Escritório Técnico do Parque Histórico Nacional dos Guararapes e Fernando de Noronha/PE, e a arquiteta e urbanista Renata Duarte Borba, presidente da Fundarpe. Além das debatedoras e do mediador, Anielle Freitas, que apresentou o painel “Políticas públicas e engajamento comunitário”, também esteve presente.
Márcia Hazin iniciou sua fala destacando que a disciplina do restauro envolve profissionais de várias áreas, como arquitetos, restauradores, engenheiros, arqueólogos, químicos e biólogos, cada um com suas próprias tecnologias. “É incrível observar o salto gigantesco tecnológico da minha geração na faculdade de arquitetura para hoje”, comentou. “É fabuloso ver como a tecnologia nos poupa tempo e entrega resultado muito mais detalhado e preciso’, completou.
Em seguida, Márcia pontuou aspectos da Carta de Veneza, como a necessidade de preservar as obras monumentais de cada povo. Ela explicou que é importante preservar para que as obras não desapareçam e para que as informações sejam passadas para as novas gerações. “É importante passar para novas gerações porque é um direito reservado às pessoas do futuro conhecerem o que nós conhecemos hoje”, explicou.
Hazin também ressaltou a importância do papel das pessoas na preservação do patrimônio. “As tradições são construídas ao longo do tempo, pelas pessoas, com as pessoas e para as pessoas”, disse. “Se o patrimônio é resultado de uma herança cultural, de vivências, de celebrações e de modo de fazer, quem é mais indicado para proteger e perpetuar esse bem que não as pessoas que o criaram e vivenciaram?”, questionou.
Renata Duarte Borba também pontuou que é importante trabalhar patrimônio de forma transversal. “Precisamos envolver diversas áreas na preservação do nosso patrimônio cultural”, frisou. Além disso, ela falou sobre a importância dos envolvidos na preservação se juntarem em ações para viabilizar a preservação do patrimônio. “Se não dermos o respaldo um para o outro, não vamos conseguir cumprir a nossa missão. Esses momentos são muito importantes para nós nos aproximarmos”, finalizou.
O seminário “Legados e Lições: Um Olhar sobre 60 Anos da Carta de Veneza” teve uma programação extensa nos dias 13 e 14 de agosto. A transmissão foi feita pelo canal do YouTube do CAU/PE. Para quem não pôde acompanhar ao vivo, as palestras estão disponíveis no canal oficial do CAU/PE no YouTube.
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