
Enquanto reality shows cativam o público com cenários e dinâmicas que refletem diversos estilos de vida, a neuroarquitetura surge como o “roteirista” dos espaços, projetando ambientes que impactam diretamente nosso bem-estar mental e emocional. Assim como um reality show pode variar entre o caos dramático e a ordem meticulosa, a neuroarquitetura busca harmonizar estímulos e necessidades humanas, transformando espaços em protagonistas que interagem de forma saudável com seus “habitantes”.
Nikson Dias, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Roraima (CAU/RR), afirma que “a neuroarquitetura não apenas melhora a funcionalidade dos espaços, mas também transforma nossa relação com eles, promovendo bem-estar e qualidade de vida em todos os âmbitos”. Se os reality shows nos mostram o impacto do ambiente nas emoções humanas em situações extremas, a ciência ensina como equilibrar esses elementos para criar experiências mais positivas e saudáveis.
Em uma casa de reality show, por exemplo, a escolha do design não é casual. Cores vibrantes e formatos intrigantes são usados para provocar emoções intensas e comportamentos específicos – o que lembra a neuroarquitetura em um contexto oposto, onde o objetivo é promover a calma e a funcionalidade. O uso de iluminação natural e a inclusão de elementos biofílicos em projetos neuro arquitetônicos, por outro lado, criam um contraponto ao estresse artificial dos cenários televisivos, ajudando a regular emoções e a proporcionar bem-estar.
Se nos reality shows as interações são desenhadas para gerar conflito e audiência, a neuroarquitetura busca a inclusão e o acolhimento. Conceitos como Acessibilidade com Sensibilidade para o Transtorno do Espectro Autista (ASTEA) demonstram a preocupação com a diversidade sensorial e o conforto emocional – uma abordagem que, se aplicada aos realities, poderia transformar ambientes caóticos em refúgios que promovem conexões humanas mais autênticas.
Os espaços corporativos projetados com princípios neuroarquitetônicos poderiam ser comparados a reality shows de competição, mas sem o desgaste emocional das provas: eles equilibram estímulos para motivar e oferecem áreas de descanso para recarregar energias. Já as residências, projetadas para descanso e recuperação emocional, poderiam ser vistas como o “pós-show”, onde os participantes (ou moradores) encontram tranquilidade após os desafios do dia a dia.
Assim como os reality shows adaptam suas narrativas às expectativas do público, a neuroarquitetura adapta os espaços às demandas do estilo de vida contemporâneo. Desde refúgios urbanos que aliviam a sobrecarga sensorial das cidades até ambientes multifuncionais em residências que equilibram trabalho, lazer e descanso, essa abordagem projeta cenários que, em vez de aumentar a ansiedade, a combatem.
(Com informações do CAU/RR)