O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) anunciou, para março de 2025, a inauguração do Edifício Pietro Maria Bardi, construção que vai aumentar os espaços expositivos e de multiúso do museu. O projeto de expansão começou em 2019 e foi financiado com doações de pessoas físicas.
O novo prédio é considerado o principal marco na história do museu, após a transferência da rua 7 de Abril, na sede do Diário Associados, para a Avenida Paulista, em 1968. O conhecido prédio na Avenida Paulista foi projetado pela arquiteta modernista Lina Bo Bardi. O prédio original recebeu o nome de Lina Bo Bardi e o novo edifício receberá o nome do primeiro diretor artístico do museu, Pietro Maria Bardi. Assim, esses dois nomes, somados ao nome completo do próprio museu, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, completam a homenagem do trio fundador do Masp.
O novo prédio é composto por 14 andares e 7.821 m², que, somado à concessão do belvedere conhecido como vão-livre, representa um crescimento da instituição que dobra sua área de atuação de 10.485 m² para 21.863 m². O vão-livre do Masp foi concedido gratuitamente pela prefeitura, para uso do museu por 20 anos.
A inauguração do novo prédio será em março de 2025 e terá exposições com recortes do acervo Masp e uma mostra sobre as histórias do museu. Conforme dados divulgados pelo Masp, por limitações físicas, apenas pouco mais de 1% do acervo do museu é exposto atualmente. A expansão ajudará que o Masp mostre as mais de 11 mil existentes no seu acervo sobre pinturas, esculturas, objetos, fotografias, vídeos e vestuário de diversos períodos, que abrangem a produção europeia, africana, asiática e das Américas.
Detalhes sobre a expansão
A expansão do museu foi primeiramente idealizada por Júlio Neves, arquiteto que ocupou o cargo de presidente do Masp por 14 anos, de 1995 a 2009. Ao longo dos anos, o projeto sofreu alterações para obter a aprovação dos órgãos de patrimônio histórico e atender aos novos usos pretendidos para o espaço.
O projeto arquitetônico é uma coautoria de Júlio Neves com o escritório Metro Arquitetos Associados, dos sócios Martin Corullon e Gustavo Cedroni. O escritório, que tem uma relação profícua com o Masp desde 2015, fez adaptações técnicas nos icônicos cavaletes de vidro desenvolvidos por Lina Bo Bardi, reinstalados no museu em 2016. Os displays flutuantes, que podem ser vistos no segundo andar, são um dos símbolos máximos do museu e fazem parte do projeto original da arquiteta.
O Metro também foi responsável por adaptar as remontagens de expografias elaboradas por Lina para o Masp em exposições como Arte da França: de Delacroix a Cézanne (2015), Portinari popular (2016) e A Mão do Povo Brasileiro, 1969/2016 (2016-2017), além de criar novas expografias de mostras como Histórias afro-atlânticas (2018), eleita pelo jornal norte-americano The New York Times como uma das melhores daquele ano. O Metro atuou também em melhorias no prédio, como na troca dos elevadores, na reforma do grande auditório e na área administrativa do museu.
A implementação do projeto é liderada por Marcelo Ribeiro, diretor financeiro e de operações, Masp e Miriam Elwing, gerente de projetos e arquitetura, Masp. A Racional foi a empresa contratada para realizar a construção e as obras que envolvem a expansão do museu e a Tallento para o gerenciamento da obra. O escritório Levisky Arquitetos | Estrategia Urbana foi responsável pela consultoria estratégica e licenciamento.
(Com informações do Masp)