Arquitetos e urbanistas de todo o país estiveram reunidos em Brasília nos dias 15 e 16 de maio criando projetos transformadores para a sustentabilidade da construção civil na região da Amazônia Legal. O CAU Brasil está promovendo a primeira oficina do Projeto Amazônia 2040. Com a presença de representantes dos CAU/UF de 11 estados, o objetivo é desenhar o futuro sustentável da região por meio da Arquitetura e Urbanismo.
O Projeto Amazônia 2040 é uma iniciativa ambiciosa que visa construir uma proposta dos arquitetos e urbanistas brasileiros para um futuro sustentável na Amazônia Legal. Buscando inspiração no 28° Congresso Mundial de Arquitetos (UIACPH2023), cujo tema é “Futuros sustentáveis – Não deixe ninguém para trás”, o projeto pretende apresentar soluções de planejamento urbano, moradia, regularização fundiária, patrimônio cultural e ambiental para a região. Além disso, o projeto tem como objetivo captar recursos para promover ações de assistência técnica, capacitação e consultoria na área de Arquitetura e Urbanismo.
“Colocamos todos os projetos atuais que os CAU/UF da Amazônia Legal têm desenvolvido. Depois detalhamos os desafios que essas ações enfrentam, seja por falta de pessoal técnico, recursos financeiros ou por causa do tamanho do território da Amazônia”, afirmou o conselheiro do CAU Brasil Ricardo Mascarello, coordenador da Comissão de Planejamento Urbano e Ambiental (CPUA). “Para os CAU/UF chegarem nas Prefeituras, é preciso ir de barco pelos rios.”

Estiveram presentes os presidentes do CAU/AM, Jean Faria; do CAU/AC, Dandara Lima; do CAU/RO, Antonio Lopes Balau Filho; e do CAU/MT, André Nohr; além da vice-presidente do CAU/RR, Graciete Costa da Guerra.
O encontro foi pautado por quatro objetivos principais:
- Analisar todos os projetos dos CAU/UF para identificar potencialidades de desenvolvimento capazes de gerar emprego, renda e melhorias na qualidade de vida da população, além de reduzir a dependência de incentivos fiscais.
- Criar fundos específicos para temas específicos, direcionados aos CAU Básicos, a fim de promover ações de planejamento urbano, moradia, regularização fundiária, patrimônio cultural e ambiental, assistência técnica, capacitação e consultoria na área de arquitetura e urbanismo.
- Estabelecer soluções coletivas que considerem as megatendências mundiais e os desafios locais, traçando cenários prospectivos e uma agenda estratégica para o desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal.
- Dar visibilidade à arquitetura e urbanismo da região, mostrando o que já existe em termos de sustentabilidade e integrando os diversos atores públicos e privados envolvidos no projeto, garantindo a participação social.
Durante as oficinas, foi apresentado o e-book do Seminário Projeto Amazônia, realizado em Manaus durante o mês de fevereiro. Na ocasião, diversos pesquisadores, gestores e profissionais trouxeram experiências e conhecimentos interessantes, enriquecendo o debate. Saiba mais aqui sobre o Seminário.
No final, os presidentes e conselheiros presentes à oficina do Projeto Amazônia 2040 definiram quais as ações dos CAU/UF podem ser ampliadas nos próximos anos. Ficou estabelecido que o CAU deve assumir um papel de articulador, promovendo contato dos arquitetos(as) e urbanistas com os municípios, Estados e o Governo Federal.
“Definimos uma linha de ação muito relacionada à capacitação dos profissionais, especialmente em ATHIS e planejamento do território. O Projeto Amazônia consiste em uma visão de planejamento do território e ocupação da Amazônia, relacionado com o uso de materiais sustentáveis e a saúde da população”, afirmou o conselheiro Ricardo Mascarello. Segundo ele, o foco do Projeto Amazônia 2040 está na sustentabilidade da região amazônica, mas há também uma preocupação em fornecer melhores condições para a fiscalização.
Esses resultados da oficina serão compartilhados com os CAU/UF para novas contribuições. No segundo semestre haverá uma segunda oficina, para encaminhar o projeto para as próximas gestões do CAU. “É importante notar que o Projeto Amazônia 2040 se incorpora ao planejamento do CAU para os próximos 10 anos”, disse Ricardo.