As inovações tecnológicas e a ampliação da oferta de vagas nas instituições de ensino, entre outros fatores, têm promovido impactos na formação profissional. O painel “Perfis e Padrões de Qualidade no Ensino de Arquitetura e Urbanismo” realizado durante o Seminário Internacional “Qualidade de Ensino e Mobilidade Profissional”, na manhã do dia 28, trouxe contribuições essenciais para o futuro da formação dos alunos.
A expansão vertiginosa dos cursos de Arquitetura e Urbanismo nos últimos anos no Brasil foi uma das principais preocupações apontadas pelos participantes brasileiros. “Nós temos que nos unir para ter profissionais dignos para o exercício da profissão”, ressaltou João Carlos Correia, presidente da ABEA (Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo).
Para Ana Góes Monteiro, vice-presidente da mesma entidade, muitas Instituições não têm sequer seguido recomendações mínimas para a formação profissional. Entre os exemplos, ela aponta salas de aulas com até 100 alunos, quando o recomendado para aulas teóricas é de um profissional para 30 estudantes. Ela lembrou ainda que o número de egressos é muito menor do que a oferta inicial: “Estamos desqualificando a profissão e ludibriando milhares de jovens”.
As novas tecnologias também precisam estar presentes na vida dos futuros profissionais. O ensino do BIM, por exemplo, começou a ser inserido nas universidades brasileiras em 2003. “Esse ensino assume um ritmo mais acelerado à medida que o mercado e os alunos imprimem um nível superior de demanda”, analisou Miriam Roux Azevedo Addor, vice-presidente da AsBEA (Associação Brasileira de Escritório de Arquitetura) e conselheira do CAU/SP.
Segundo ela, a questão tecnológica pode avançar por meio da integração da atividade profissional e pesquisa acadêmica, buscando a abertura oferecida pelas novas tecnologias.
Thomas Vonier, presidente da UIA (União Internacional de Arquitetos), acredita que a intersecção entre a pesquisa e o mercado é um dos caminhos para a melhoria da qualidade do ensino. “Não seria maravilhoso se os profissionais apontassem as demandas de pesquisa”, instigou o dirigente.
A experiência chinesa aponta que estamos em um período de muitas mudanças no ensino. Para Li Zhenyu, decano da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Tongji, as ferramentas tecnológicas têm contribuído para a formação dos alunos, de maneira que, muitas vezes, as pessoas têm chances de aprender por elas mesmas, com o surgimento de novos paradigmas: “Precisamos preparar os alunos, mas eles próprios também podem nos ensinar. O aluno tem que ser bom hoje e também para o futuro”.
Fonte: CAU/SP
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