PRÊMIOS

Pe. Júlio Lancellotti, Estúdio 41, Nuno Ramos e Teatro Vertigem recebem Prêmio APCA

A Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) promoveu, na noite da segunda-feira (28), a festa de entrega de prêmios de sua 64ª edição aos melhores do ano 2020, de forma virtual. Os vencedores da categoria Arquitetura foram: Padre Júlio Lancellotti, Estúdio 41, Nuno Ramos e Teatro da Vertigem. Todos os artistas selecionados receberam seus troféus com antecedência e gravaram mensagens de agradecimento, que foram apresentadas ao longo do evento.
A cerimônia foi previamente gravada no Teatro Sérgio Cardoso. As atrizes Cris Rocha e Nilceia Vicente e a vice-presidente da entidade Edianez Parente foram as apresentadoras do evento. A lista com os vencedores das 10 categorias (Arquitetura, Artes Visuais, Cinema, Dança, Literatura, Música Popular, Rádio, Teatro, Teatro Infanto-Juvenil e Televisão) já havia sido divulgada no mês de janeiro. Devido a excepcionalidade desse ano, marcado pela pandemia da Covid-19, a premiação contemplou menos categorias e também optou por uma festa de comemoração online.
Padre Júlio Lancellotti. Foto CC BY 3.0 br
O Padre Júlio Lancelloti, conhecido por seu trabalho assistencial em São Paulo, foi premiado na categoria Urbanidade. Nascido em 27 de dezembro de 1948, o pedagogo e presbítero católico brasileiro exerce a função de pároco da paróquia de São Miguel Arcanjo no bairro da Mooca(SP). Defensor dos direitos humanos, o padre foi notícia nacional ao remover a marretadas as pedras colocadas sob o Viaduto Dom Luciano Mendes de Almeida, na zona leste da capital paulista, pela Prefeitura de São Paulo, para impedir a permanência da população em situação de rua no local.
O protesto do religioso teve grande repercussão e adesão, o que motivou a aprovação em 31 de março, de um projeto-de-lei que proíbe o emprego de técnicas de “arquitetura hostil” em espaços de uso público. O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil  apoia parcialmente o projeto de autoria do senador Fabiano Contarato (Rede-ES). “Concordamos com o mérito, ou seja, somos contra a instalação de equipamentos urbanos como pinos metálicos pontudos e cilindros de concreto nas calçadas para afastar pessoas, principalmente as que estão em situação de rua”, diz a presidente do CAU Brasil, arquiteta e urbanista Nadia Somekh.
O CAU Brasil, no entanto, julga infeliz  a associação entre arquitetura e hostilidade. “A essência da arquitetura é o acolhimento, então é incongruente falar em arquitetura hostil, foi um termo infeliz cunhado por um jornalista britânico e lamentavelmente adotado no Brasil sem uma visão crítica. O correto, a nosso ver, seria então usar o termo “intervenção hostil”, mais simples de ser assimilado e difundido pela sociedade”, explica a presidente.
Marcha a Re, de Nuno Ramos e Teatro da Vertigem. Imagem via Biennal.

 

O escritor e artista plástico Nuno Ramos, em parceria com o grupo cênico Teatro da Vertigem, elaborou o projeto Marcha à Ré, que foi o escolhido para o prêmio Fronteiras da Arquitetura. Na categoria Obra de Arquitetura, o vencedor foi o Estúdio 41 por seu projeto “Estação Antártica Comandante Ferraz”.

 

A APCA tem origem em 1951 como uma premiação de críticos de teatro. Em 1972, a entidade ampliou o leque de críticos de outras manifestações culturais, como literatura, música, artes visuais, cinema e televisão. Desde 2010, a Associação incorporou os críticos de Arquitetura.

 

Nesta edição, os críticos Abilio Guerra, Fernando Serapião, Francesco Perrotta-Bosch, Gabriel Kogan, Guilherme Wisnik, Luiz Recamán, Maria Isabel Villac, Monica Junqueira de Camargo, Nadia Somekh (arquiteta e urbanista e atual presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil) e Renato Anelli foram os responsáveis pelos selecionados da categoria Arquitetura.

 

 

Estação Antártica Comandante Ferraz/Estúdio 41. Foto: @Eron Costin/Estúdio 41

 

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