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Petrópolis: lições para o futuro – Artigo do presidente do CAU/RJ

Imagens de drone das áreas de deslizamento de encosta em Petrópolis, em decorrência das fortes chuvas que atingiram, a região serrana do Rio de Janeiro

A tragédia em Petrópolis poderia ser evitada ou, ao menos, minimizada. Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR), de 2017, apresenta estratégias de intervenções, com ações por bairro, orçamentos e critérios para priorização dos investimentos nas áreas de maior risco (todas as que sofreram com as chuvas estão no plano). A cidade conta também com Plano de Contingência para Chuvas Intensas – Verão 2021-2022, que identifica áreas de maior risco, pontos de apoio, rotas de fuga, sistema de alerta e procedimentos para evacuação.

 

Os planos preveem ações de reassentamento habitacional, de urbanização de favelas, de saneamento, de contenções e de drenagem. Temas que a arquitetura e urbanismo e a engenharia brasileira não só dominam, mas exportam a outros países. Sabemos como agir, identificamos os problemas, temos conhecimento técnico e soluções.

 

É preciso parar de projetar e construir contra a natureza. As soluções atuais impermeabilizam o solo e aumentam a velocidade das águas. Construir a favor da natureza significa potencializar a absorção das águas de chuva em cada construção, em cada pavimentação, nas margens dos rios, em parques e nas cidades. Não conseguiremos avançar na sustentabilidade de nossas cidades enquanto a terra urbanizada, segura e livre de desastres siga como bem escasso, disponível apenas às camadas mais ricas da população.  Não há solução sem a oferta de habitações seguras, livres de risco, em locais próximos de onde a vida acontece. Famílias largadas a própria sorte continuarão a ocupar onde não desejam, mas onde conseguem sobreviver até o próximo desastre.

 

O planejamento urbano deve indicar as áreas edificáveis da cidade. Precisa ainda ter medidas tributárias para combater a expansão insustentável da malha urbana e incentivar a produção habitacional em regiões infraestruturadas. Tornar a terra um bem acessível é a chave para cidades melhores e mais resilientes.

 

A verdadeira emergência é saber planejar e executar. Só com planejamento teremos reposta perene para a vida nas cidades brasileiras.

 

*Pablo Benetti é presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro.

 

Fonte: O GLOBO

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