O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo deu hoje um importante passo em sua ainda jovem história: a aquisição de sua sede própria. Os conselheiros e conselheiras presentes, nesta quinta-feira, dia 05/12, na 3a. Reunião Plenária Extraordinária do CAU/SP, aprovaram por unanimidade a autorização para a compra do Edifício localizado à Rua XV de Novembro, 194 – Centro – na capital paulista.
O prédio de oito pavimentos, projetado pelo escritório do arquiteto Ramos de Azevedo e tombado como patrimônio histórico, está localizado no chamado ‘Triângulo Histórico’ de São Paulo – onde estão situados os principais prédios históricos da cidade.
Vinte e um meses separam o dia de hoje da data de início dos trabalhos da Comissão Temporária para Aquisição de Sedes Próprias, instaurada em março de 2018. De lá para cá, foram realizadas inúmeras ações e superados os processos legais para a concretização da compra, que já constava nos planos de ação do CAU/SP desde a sua primeira gestão em 2012.
A documentação completa relacionada à aquisição da sede é composta por 31 volumes, relativos aos quatro processos administrativos nos quais estão registrados todos os trâmites e o detalhamento das ações e análises realizadas pelo Grupo de Trabalho Sede – composto por funcionários -, pela Comissão Temporária para Aquisição das Sedes Próprias, além da contratação da Caixa Econômica Federal para a avaliação oficial do imóvel, e do processo administrativo de compra, propriamente dito.
“A Comissão de Aquisição das Sedes teve, ao longo desses quase dois anos, uma árdua tarefa, que não teria sido possível sem o apoio dos funcionários do CAU/SP. Primeiramente, com os funcionários arquitetos, que formaram o GT Sede, até o apoio dedicado do chefe de gabinete do CAU/SP, Fernando Costa”, relatou Miriam Addor, conselheira e Coordenadora da referida Comissão.
Segundo Miriam, “foi um trabalho muito técnico, de muita pesquisa, que culminou com esse legado para o Conselho. Legado que não vai ser somente de um prédio para abrigar a sede do CAU/SP, mas, mais do que isso, será a ‘casa do arquiteto’. Lá poderemos receber melhor os profissionais da capital e do interior”.
Durante a reunião plenária, que aprovou a compra do imóvel no valor de R$39.939.984,00 (trinta e nove milhões novecentos e trinta e nove mil novecentos e oitenta e quatro reais), foi destacado o ganho adicional para Conselho e a sociedade em geral, em função do valor imaterial, simbólico e arquitetônico do edifício, sob as devidas prerrogativas formais.
“A aquisição da sede representa um marco histórico na relação da categoria de arquitetos e urbanistas com a sociedade, porque, em pleno ‘Triângulo Histórico’ da capital, teremos a oportunidade de nos comunicar com os arquitetos e não arquitetos e demonstrar a relevância do nosso trabalho, na prestação de serviços, na defesa do patrimônio histórico e no desenvolvimento cultural do país”, ressalta Sergio Sampaio, conselheiro e membro da CT de Aquisição das Sedes Próprias.
Segundo Sergio, a escolha do edifício expressa ainda um caráter pedagógico na valorização da Arquitetura e Urbanismo e na revitalização do centro da capital.
Edifício histórico, patrimônio arquitetônico e cultural
O edifício, construído em 1912, conforme registro fotográfico existente no acervo do CONDEPHAAT, foi projetado pelo escritório de Ramos de Azevedo, que também foi responsável pelos renomados projetos do Theatro Municipal e da Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Possui localização privilegiada entre três estações de metrô (Sé, Anhangabaú e São Bento), em duas linhas diferentes (azul e vermelha), e de dois terminais de ônibus (Bandeira e Dom Pedro II), facilitando o acesso dos profissionais, funcionários, conselheiros e de toda a sociedade.
O imóvel foi totalmente restaurado no ano de 2002, mantendo as características originais e garantindo a preservação da leitura arquitetônica mais antiga da fachada do prédio. Há no entorno dez centros culturais e 250 bens tombados pelos órgãos de defesa do Patrimônio Histórico.
“O CAU/SP é uma autarquia pública federal e, por isso, deve aplicar todos os recursos financeiros em fiscalização, serviços ao profissional, manutenção administrativa e ações que valorizem a Arquitetura e Urbanismo, conforme previsto na Lei Federal 12.378/2010”, afirmou o Presidente do CAU/SP, José Roberto Geraldine Junior.
De acordo com o Presidente, o principal objetivo do CAU/SP é ter uma sede capaz de atender todas as necessidades identificadas – como espaço para atendimento ao público e reuniões plenárias -, além de garantir o melhor e mais adequado funcionamento da autarquia.
“Utilizaremos o capital imobilizado do CAU/SP, ou seja, recursos que só podem ser investidos em bens e infraestrutura, para a aquisição de uma sede bem localizada, nas dimensões e características adequadas às demandas do Conselho, e ainda agregando o valor arquitetônico incalculável deste edifício”, destacou.
Para Geraldine, a votação unânime do Plenário demonstra a unidade em torno do tema, o reconhecimento à seriedade do trabalho da Comissão Temporária de Aquisição das Sedes Próprias e a certeza de que o espaço atende às necessidades dos profissionais e do CAU/SP.
Fonte: CAU/SP