Neuroarquitetura

Poder da Neuroarquitetura na promoção da saúde mental e do bem-estar social

 

A forma como os ambientes são projetados vai além do prazer proporcionado pela estética – “o que é belo faz bem aos olhos” – influenciando diretamente na saúde e no bem-estar das pessoas. Estudos recentes demonstram que a Neuroarquitetura, disciplina que explora a relação entre o cérebro humano e o ambiente construído, revela o poder do ambiente construído no despertar de emoções e, consequentemente, influenciar o comportamento. Da organização dos espaços à escolha das cores, cada detalhe impacta o humor e o estado emocional.

Em agosto deste ano, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) participou de uma audiência pública sobre Neuroarquitetura na Câmara dos Deputados, reforçando a importância dessa abordagem como instrumento de inclusão social. Durante o evento, os participantes destacaram o compromisso dos arquitetos em projetar espaços que não apenas atendam às necessidades funcionais, mas que também promovam saúde e bem-estar. Especialistas no tema, como Lorí Crízel, presidente da Academy of Neuroscience for Architecture (ANFA) no Brasil, veem na Neuroarquitetura um propósito de inclusão, buscando criar ambientes acessíveis e acolhedores para todos, independentemente de suas condições físicas, cognitivas ou emocionais.

Segundo um estudo da Universidade de New South Wales (2016), espaços desorganizados geram mais do que desconforto visual. Ambientes caóticos elevam os níveis de estresse, levando à frustração, cansaço e até sintomas de depressão, como fadiga e desânimo. A manutenção de um ambiente organizado proporciona sensação de controle e conquista, proporcionando segurança e equilíbrio emocional.

Projetos arquitetônicos que integram acessibilidade e inclusão são fundamentais para que as pessoas usufruam dos espaços de forma ampla, confortável e segura. Um projeto inclusivo promove o pertencimento e o acolhimento, garantindo que todos se sintam parte do ambiente, sem barreiras físicas ou emocionais. A Neuroarquitetura permite que esses princípios sejam aplicados para que sejam criados espaços acolhedores contemplando a diversidade humana.

A integração de elementos naturais como vegetação, luz natural e materiais orgânicos mostra-se eficaz na redução do estresse e na melhoria da qualidade de vida. Pesquisas indicam que a proximidade com a natureza ajuda a diminuir a pressão arterial e a frequência cardíaca, promovendo um estado mental mais calmo e otimista. Essa abordagem, conhecida como design biofílico e que é básico para a Neuroarquitetura reconhece o impacto positivo que o ambiente natural exerce sobre o ser humano.

Privacidade e controle de ruídos também são essenciais para o equilíbrio mental do usuário. Ambientes com acústica adequada reduzem o estresse causado por ruídos excessivos, promovem a concentração e criam um clima de tranquilidade. Ter áreas privadas e silenciosas é essencial para aliviar a sobrecarga mental, oferecendo um refúgio para relaxamento, reflexão e um espaço adequado para realização de tarefas mentais.

A influência das cores é outro fator decisivo na Neuroarquitetura. Estudos publicados no Journal of Environmental Psychology (2015) e no Color Research & Application (2016) indicam que cores e texturas afetam diretamente o estado emocional das pessoas. Cores suaves reduzem o estresse e promovem tranquilidade, enquanto cores vibrantes estimulam a energia e a criatividade. A escolha criteriosa das cores pode transformar a atmosfera de um espaço e contribuir para a saúde física e mental dos seus usuários.

A Neuroarquitetura representa uma nova fronteira no planejamento de espaços que prioriza o bem-estar humano. Ao integrar saúde física, mental e inclusão, impacta os ambientes, destacando-se como uma poderosa aliada na construção de um futuro mais saudável para todos.

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