Começou no dia 27 de maio a 13ª Bienal Internacional de Arquitetura. O evento foi idealizado pelo IAB-São Paulo e tem como tema “Travessias”, trazendo práticas sociais, arranjos espaciais e as possibilidades de (sobre)viver e transformar a realidade em áreas urbanas e rurais. Exposição fica aberta no Sesc Avenida Paulista até o dia 17 de julho. Cerimônia de abertura contou com a participação da presidente do CAU Brasil, Nadia Somekh. “Este tema ‘Travessias’ é uma perspectiva de poder mudar o território não somente melhorar a moradia, mas melhorar o nosso ambiente, as nossas cidades e poder trabalhar pelo nosso planeta, pelas mudanças climáticas que estamos enfrentando e que hoje se manifestam nos grandes desastres urbanos que a gente vivencia nos últimos tempos!”, afirmou.
Nadia Somekh ressaltou como o CAU Brasil se transformou nesta nova gestão. “Os dez primeiros anos foram de constituição e consolidação e agora nós queremos mudanças. Queremos inovação e também cumprir uma função social. Os arquitetos têm essa missão. O censo que a realizamos no começo deste ano, além de mostrar que somos 212 mil profissionais, mostrou que 65% são mulheres, jovens e que ganham até três salários mínimos. Somos uma categoria que tem que trabalhar muito”, disse.
“Temos um CAU único e transformador, integrando gestores públicos e capacitação para os desafios contemporâneos. Mas principalmente para melhorar o nosso pais. Temos uma Comissão de Raça, Equidade e Diversidade para dar visibilidade e dialogar com a perspectiva de transformação e diálogo para as minorias. A Carta aos Candidatos nas Eleições lançada nesta semana também nos mostra que é possível valorizar a ciência, a cultura e mostrar Arquitetura e Urbanismo possíveis para a vida da população”.
MAIS ARQUITETOS
A presidente do CAU Brasil também falou dos resultados da nova Pesquisa CAU Brasil/Datafolha, que mostra que explicou que 82% das edificações do país são feitas sem arquitetos e sem engenheiros. “Nós arquitetos e urbanistas temos uma missão de melhorar a vida da população, por isso o CAU tem um programa que chamamos de Mais Arquitetos, uma iniciativa que busca promover direito de todos à moradia digna. É uma missão emergencial, que na nossa gestão não vamos conseguir cumprir em uma escala tão grande, mas que estamos conseguindo montar uma rede para vencer essa tarefa”, afirmou.
A presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Maria Elisa Baptista, também prestigiou a cerimônia de abertura do evento e falou da alegria em estar no SESC. “Ainda mais nessa Bienal que se expande para esse eixo além da Avenida Paulista e para territórios de transformações. A ideia é alcançar todos os campos, todos os territórios que nos move e nos emociona”, disse.
O presidente do IAB-SP, Túlio Salva Rocha Franco, explicou que a partir do momento em que a Bienal foi para a cidade de São Paulo houve a oportunidade de experimentar alternativas e conseguir estabelecer desejos para um modelo experimental. “Esta é uma Bienal que olha para a história, que olha para a nossa memória, não só no sentido ressignificar. Muitos dos desafios da tecnologia, muitos dos caminhos e das travessias, dependem de a gente entender questões técnicas e conhecimentos que sempre estiveram presentes e que foram ocultados e serão fundamentais para construir uma cidade com direito à Arquitetura”.
NOVA INAUGURAÇÃO
A Bienal terá uma segunda inauguração, no dia 4 de junho, no Centro Cultural São Paulo – CCSP (Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso), às 17h, com A performance Uýra Sodoma. Uýra é uma entidade híbrida, o entrelaçar dos conhecimentos científicos da biologia às sabedorias ancestrais indígenas. Chama as plantas por seus nomes populares e em latim, e assim evoca suas propriedades medicinais, seus gostos, seus cheiros, seus poderes. O resultado é uma compreensão complexa e intrincada da mata, um emaranhado de conhecimentos e buscas.
Uýra se apresenta como “uma árvore que anda”. Nasceu em 2016, durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff, quando o biólogo decidiu expandir sua pesquisa acadêmica e buscar formas de levar o debate sobre a conservação ambiental e os direitos indígenas e LGBT+ às comunidades de Manaus e seus arredores. Em aulas de arte e biologia, ou performances fotográficas, em maquiagens e camuflagens, em textos e instalações, o que Uýra faz é falar desde a floresta e com ela.
TRAVESSIAS
De novembro de 2020 a janeiro de 2021, foi aberto um concurso para selecionar uma proposta de co-curadoria para a 13ª edição que sugeria como eixos norteadores: democracia, corpos, memória, informação e ecologia. Entre as 11 propostas avaliadas, Travessias, que dá nome à edição, foi escolhida por unanimidade.
A equipe vencedora é formada por nove integrantes brasileiros de diversas áreas de atuação: Carolina Piai Vieira, Larissa Francez Zarpelon, Louise Lenate Ferreira da Silva, Luciene Gomes, Pedro Cardoso Smith, Pedro Vinícius Alves, Raíssa Albano de Oliveira, Thiago Sousa Silva, Viviane de Andrade Sá. O grupo, ao lado da curadora residente, Sabrina Fontenele, construiu a 13ª Bienal Internacional de Arquitetura – Travessias.
Evento tem patrocínio master da Belgo Bekaert Arames, parceria institucional do Sesc São Paulo e Centro Cultural São Paulo,
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