As experiências internacionais de processos de acreditação de cursos também foram discutidas ao longo do Seminário Internacional “Qualidade de Ensino e Mobilidade Profissional”, realizado pelo CAU/SP, nos dias 27 a 29 de maio, no Centro Universitário Belas Artes, na capital paulista.
Ampliando o debate sobre o assunto, convidados demonstraram que não há um modelo definitivo, mas formas em constantes transformações. As mudanças na profissão têm impactado na revisão de alguns procedimentos.
Nos Estados Unidos, o NAAB (National Architectural Accreditation Board), órgão similar ao CAU no Brasil, tem estabelecido novos parâmetros de avaliação das instituições por meio de discussões com os representantes que compõem o seu colegiado, formado por profissionais e inclusive estudantes. Segundo Barbara Sestak, presidente eleita do NAAB, os processos de acreditação mudam periodicamente. “Acreditamos que o ensino de Arquitetura, no futuro, tem que deixar os alunos prontos para a prática”, explicou a dirigente.
Na Ucrânia, o processo de acreditação inclui a visita de representantes governamentais às instituições de ensino, aos produtos dos trabalhos dos alunos, assim como dos portfólios dos universitários. “Nós temos uma exposição dos trabalhos dos alunos que é a parte mais importante de acreditação”, contou Olena Oliynik, vice-presidente da União Nacional de Arquitetos da Ucrânia.
A Arquitetura no Quênia é muito recente e o país avança os primeiros passos na acreditação dos seus cursos. O processo é realizado por um conselho de registro, que divulga um livro-verde online, com todos os critérios de avaliação, que inclui o corpo docente, bibliotecas, laboratórios, entre outros requisitos. “Todos os elementos são avaliados e temos as comissões e os conselhos que veem os exames e os treinamentos dos estudantes”, explica Susan Njeri Kibue, arquiteta representante da Jomo Kenyatta University of Agriculture and Technology.
A arquiteta e urbanista brasileira Laura Novo de Azevedo trouxe a experiência da Oxford Brookes University, da Inglaterra. Segundo ela, os cursos podem ser acreditados por vários órgãos. “É um processo muito flexível. A acreditação é muito importante para o aluno”, ressaltou Laura. Na maioria das vezes, para definir onde o filho vai estudar, os pais querem saber se o curso tem acreditação. “Um curso sem acreditação é prejuízo para a universidade”, disse a representante brasileira.
O ex-presidente da União dos Arquitetos da África, Tokunbo Omisore, apontou que falar de acreditação também permite ver a inclusão que acontece ao nosso redor pela segurança que o processo traz para as comunidades. “A organização da educação, para que adote determinados procedimentos, assegura que não haja problemas”, analisou Omisore.
O arquiteto e urbanista Gagliardo Maragno, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ressaltou a importância de pontuar que a responsabilidade pela qualidade do ensino é, antes de mais nada, dos cursos. “Nós temos que estar preparados para trabalhar no exterior e elevar os padrões do ensino de Arquitetura e Urbanismo no Brasil”, disse Maragno.
Para Andrea Vilella, coordenadora da Comissão de Ensino e Formação do CAU/BR, o Conselho tem desenvolvido papel fundamental para buscar parâmetros para uma avalição adequada. “Precisamos dar maior ênfase ao aprendizado do aluno do que aos requisitos quantitativos e documentais”, afirmou a arquiteta e urbanista.
“Queremos contribuir para a qualificação do ensino de Arquitetura e Urbanismo. Por isso, buscamos fazer a explicação dentro das instituições de ensino”, pontuou José Antonio Lanchoti, coordenador da Comissão de Ensino e Formação do CAU/SP.
Ele lembrou ainda que uma das principais responsabilidades dos profissionais de Arquitetura e Urbanismo é um dos motivos essenciais pela formação de qualidade dos alunos: “Nós temos uma responsabilidade muito grande com os espaços que construímos”.
Fonte: CAU/SP
Veja como foram os debates realizados ao longo do Seminário Internacional Qualidade de Ensino e Mobilidade Profissional:
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