As Moradias Estudantis da Fazenda Canuanã, projeto assinado pelos arquitetos e urbanistas Adriana Benguela e Gustavo Utrabo, é um dos quatro finalistas do Prêmio Mies Crown Hall para as Américas. Concedido a cada dois anos pelo Instituto de Tecnologia de Illinois (EUA), o prêmio busca reconhecer os melhores edifícios construídos nas Américas. Seu nome homenageia o arquiteto alemão Mies van der Rohe e um de seus prédios mais famosos em Chicago, o S.R Cown Hall, sede da Faculdade de Arquitetura.
O projeto brasileiro está na fase final do prêmio após ter batido mais de 200 concorrentes nas Américas do Norte e do Sul. A obra foi encomendada pela Fundação Bradesco para abrigar mais de 800 estudantes em Formoso do Araguaia, em Tocantins. O projeto chama atenção pelas belas estruturas de madeira e pela ampla cobertura que lembra uma oca, unificando os quartos em duas alas, os pavilhões feminino e outro masculino.
A equipe, que incluiu os escritórios Aleph Zero, de Curitiba, e do designer Marcelo Rosenbaum, de São Paulo, passou uma semana conversando com as crianças antes de fazer o projeto. Elas apresentaram textos, desenhos, pinturas e encenações sobre o lugar que queriam. Gustavo Utrabo destaca a ideia da estrutura ter sido pensada toda em madeira. “Trata-se de um material renovável que possui um maior desempenho quando trabalhado com técnicas específicas. Acredito que esse material deveria ser usado em maior escala nos projetos arquitetônicos”, afirma.
Os arquitetos vencedores receberão uma bolsa do Faculdade de Arquitetura de Chicago no valor de 25.000 dólares para desenvolver pesquisas e publicações sobre o tema “Repensando as Metrópoles”. Confira os demais finalistas do Prêmio Mies Crown Hall clicando aqui.
OUTROS PRÊMIOS
As Moradias Estudantis da Fazenda Canuanã já venceram este ano o Prêmio ArchDaily como Melhor Edifício Educacional do Mundo, após uma votação que envolveu mais de 100.000 leitores do maior site de Arquitetura do mundo. Antes, em 2017, o projeto venceu o Prêmio 4º Prêmio de Arquitetura Instituto Tomie Ohtake AkzoNobel, resultado de uma parceria entre o Instituto Tomie Ohtake e a AkzoNobel, multinacional holandesa que atua nos segmentos de tintas, revestimentos e especialidades químicas.
Foi reconhecido também pela Associação Paulista dos Críticos de Arte, como na categoria Obra de Arquitetura no Brasil. Também foi indicado, como único representante da América do Sul, para o RIBA International Prize 2018, competição bienal do Royal Institute of British Architects (RIBA). Leia aqui.