
Estar em uma moradia compartilhada e ao mesmo tempo se sentir em casa pode ser um desafio, ainda mais quando se está em outra cidade e longe de familiares. Pensando nisso, Vitoria Vasconcelos projetou uma nova Casa do Estudante Universitário (CEU), na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com o intuito de promover um espaço receptivo e aconchegante, ou seja, o mais próximo de um lar. O desafio não só é possível, como o trabalho de conclusão de curso (TCC) levou o 2° lugar no concurso do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso (CAU/MT).
A premiação tem o intuito de integrar e valorizar o arquiteto e urbanista recém-formado, incentivando o conhecimento e uso de processos criativos na profissão. A presidente do CAU/MT, Lise Bokorni, ressalta que o objetivo também é de fomentar, aproximar e inserir as questões da boa formação profissional, em face da regulamentação do exercício da atividade profissional e da arquitetura e urbanismo no Mato Grosso, destacando aspectos inovadores e de excelência.
A proposta de Vitoria concorreu na categoria Projeto de Arquitetura de Edificações. Ela diz que, após muita pesquisa e dedicação, a premiação foi uma oportunidade de dar visibilidade ao trabalho. “Fortalece o portfólio do recém-formado e valoriza a dedicação do aluno após anos de esforço e comprometimento com a graduação”, acrescenta.
Ela conta que o objetivo do trabalho era criar uma moradia que unisse diversos elementos, gerando um complexo que unisse habitações com espaços de estudo, convivência e lazer, além de áreas públicas voltadas para alunos de baixa renda, que são de fora de Cuiabá. O terreno escolhido fica na própria instituição, em uma área que hoje abriga um campo de futebol que já fora utilizado pela Associação dos Servidores da UFMT, mas que atualmente está desativado.
Vitoria explica que “a topografia do local é plana e possui um acesso de pedestres pela Avenida Archimedes Pereira Lima. Outra vantagem é o fato de o terreno já ser da UFMT, descartando a necessidade de investimentos financeiros”. O projeto prezou pela privacidade dos estudantes, a biofilia, com o uso da vegetação, acessibilidade, conforto térmico, sustentabilidade e outros princípios importantes para a convivência.
A setorização dos blocos em gênero feminino e masculino, mantém a dinâmica que já existe na CEU Campus. O intuito é gerar melhor controle e gestão da casa, além de segurança, conforto e privacidade aos alunos. Foram criados dois tipos de dormitórios e banheiros, sendo um deles com desenho adequados para moradores com deficiência (PCDs).
O layout buscou otimizar ao máximo o espaço disponível, mantendo as dimensões mínimas para acessibilidade e ergonomia adequadas. Vitória utilizou estratégias de conforto térmico, como o pátio interno e elementos de sombreamento, sacadas e cobogós, agregando também plasticamente na composição formal.
O pátio, inclusive, teve o intuito de levar para a área interna da edificação um respiro de luz e natureza. Os ambientes de uso social e de lazer estão dispostos em torno do pátio interno, onde pavimentação, mobiliário, jardins e vegetação se intercalam. É uma alternativa para a criação de um espaço de convivência ao ar livre com privacidade para os moradores.
(Com informações do CAU/MT)