Quase dois anos depois do desastre do rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), os moradores da cidade vão ganhar um monumento para homenagear e relembrar seus mortos. Trata-se do Memorial Brumadinho, com projeto arquitetônico do escritório de Arquitetura GPA&A, fundado pelo arquiteto e urbanista Gustavo Penna. O memorial vai homenagear as 272 vítimas da tragédia.
“Este espaço vai possibilitar uma experiência sensível, individual e compartilhada, dando voz e forma a aquilo que não esquecemos”, comentou Gustavo Penna, em referência às vítimas. O projeto do memorial foi pensado para gerar no visitante uma experiência de reflexão sobre a memória e a dor que o rompimento deixou na comunidade local, por meio de estruturas cheias de significado.
Num terreno de cinco hectares escolhido pela Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão Brumadinho (Avabrum) e adquirido pela empresa Vale, o Memorial Brumadinho terá cerca de 1.220 m² de área construída.
Na entrada haverá um pavilhão com forma distorcida e fragmentada, que representará os sonhos das vítimas. Em outro ambiente, escuro e iluminado apenas por frestas de luz no teto, será simbolizada a invasão da lama. No arvoredo serão plantados mais 272 ipês-amarelos, simbolizando respeito e culto à memória de cada uma das vítimas.
A seleção do projeto contou com a votação dos membros da Avabrum e o apoio técnico da arquiteta e urbanista e ex-presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) Jurema de Sousa Machado e do museólogo ex-presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) Marcelo Mattos Araújo. O início das obras deve acontecer entre agosto e setembro próximos, e o Memorial Brumadinho entregue à população em um ano e meio.
O arquiteto e urbanista Gustavo Penna conquistou inúmeros prêmios internacionais como o The International Architecture Award, em Chicago, o World Architecture Festival (WAF), em Cingapura, e o Architizer A+Awards, em Londres. Este ano, foi premiado em mais uma edição do IF Design, com o projeto Memorial da Imigração Japonesa, na Pampulha, em Minas Gerais.
Também são de sua autoria projetos como o Expominas (Centro de Feiras e Exposições de Minas Gerais), o Monumento à Liberdade de Imprensa, os Museu de Congonhas (patrimônio cultural da humanidade), Santana e Regina Mundi, o novo Estádio do Mineirão, a Escola Guignard (considerada uma das 30 obras mais relevantes da Arquitetura no Brasil).