A Cidade do Rio está de parabéns. Acaba de ser eleita campeã na categoria nacional do Desafio das Cidades pelo Planeta e já concorre a outro prêmio. O título internacional, concedido pela ONG ambientalista WWF, em parceria com o ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade, tem como objetivo incentivar e reconhecer esforços de governos locais rumo a um futuro mais sustentável. As cidades brasileiras de Belo Horizonte (MG) e Fortaleza (CE) também foram finalistas. O Rio foi destaque na qualidade dos dados sobre mudanças climáticas reportados na plataforma pública pela qual as cidades são avaliadas.
Além dessa premiação, o Rio tem a possibilidade de conquistar mais um título do WWF: junto com as demais finalistas do Desafio das Cidades, o município está participando da campanha We Love Cities. Trata-se de uma votação popular para reconhecer entre as finalistas de cada país participante aquela com melhores exemplos e ações rumo a uma economia de baixo carbono. A ideia é inspirar e aumentar o conhecimento sobre o progresso sustentável atingido por algumas cidades no Brasil e no mundo. A temática é alinhada com o Rio Capital Mundial da Arquitetura.
Um fator determinante para a primeira colocação do Rio foi a ação de projetos de sustentabilidade de diversas pastas e uma gestão de dados eficiente. Iniciativas com foco em sustentabilidade têm o apoio da gestão de dados do Instituto Pereira Passos (IPP). Os projetos estão articulados à Governança Climática do município, coordenada pelo Escritório de Planejamento da Subsecretaria de Planejamento e Acompanhamento de Resultados, da Secretaria Municipal da Casa Civil.
O IPP é responsável por gerir o Sistema de Monitoramento das Mudanças Climáticas, que coleta e analisa dados necessários para o planejamento, implementação e monitoramento de ações de enfrentamento à mudança do clima no município. Esses dados são reportados para o Carbon Disclosure Project (CDP), organização que avalia as políticas relacionadas às mudanças climáticas implementadas por diversas cidades e empresas do mundo.
Avaliação alinhada com o Acordo de Paris
Os critérios do prêmio das cidades são rigorosos. Os dados submetidos pelas prefeituras são analisados pelo WWF e pela Arup, uma das principais consultorias mundiais, que escolhem de um a três finalistas por país. Os finalistas são avaliados pelo júri de especialistas do Desafio das Cidades pelo Planeta, que faz a seleção final dos vencedores nacionais. Este ano, as cidades foram avaliadas pelos esforços alinhados com o Acordo de Paris e com a meta de ficar abaixo de 1,5 ° C de aquecimento global.
O prêmio é conferido a cada dois anos. Se inscreveram para esta edição do Desafio das Cidades pelo Planeta mais de 250 cidades de 53 países, com ações e dados climáticos. Entre os vencedores internacionais estão Paris (França), Turku (Finlândia), Vancouver (Canadá) e Reykjavik (Islândia).
No Brasil, a edição 2019/2020 contou com inscrições das prefeituras de Belo Horizonte, Bertioga, Betim, Brumadinho, Brusque, Campinas, Curitiba, Epitaciolândia, Fernandópolis, Florianópolis, Fortaleza, Pedra Bela, Recife, Rio de Janeiro, São Leopoldo, Sertãozinho, Sorocaba, Terra Nova do Norte, Tremembé e Vila Nova dos Martírios.
Plano de Ação Climática e Desenvolvimento Sustentável
A Governança Climática da Cidade do Rio tem como eixo central o Plano de Ação Climática, que integra ao Plano de Desenvolvimento Sustentável as estratégias de mitigação de carbono e de adaptação do território municipal aos efeitos do aquecimento global.
O Plano de Ação Climática, a partir dos Inventários Municipais de Emissões de Gases Efeito Estufa (GEE) elaborados pelo IPP, e com base nos projetos desenvolvidos pelos diversos órgãos municipais, coordenados pelo Escritório de Planejamento, modela cenários futuros de emissões. Além disso, constrói estratégias de mitigação dessas emissões, para que a cidade alcance a neutralidade de carbono em 2050. Esse esforço conta com o apoio técnico da Rede de Cidades C40.
Compromisso com a sustentabilidade
O presidente do IPP, Paulo Cesar Amendola, comemora a conquista.
“O prêmio mostra o compromisso da Cidade do Rio de Janeiro com o meio ambiente e com discussões relevantes em nível mundial. Os governos locais são de extrema importância para o exercício da política comprometida com a cidadania, posto que é na cidade que o cidadão vivência sua existência”, afirma.
Para o coordenador de Informações da Cidade do IPP, Felipe Mandarino, o trabalho de gestão, análise e transparência de dados foi fundamental para o reconhecimento internacional.
“Premiações resultantes do reporte de dados climáticos, mostram a importância de um órgão como o IPP no âmbito municipal. Fica claro o valor da nossa política de transparência da informação e de reporte através de plataformas públicas, como nosso próprio DATA.RIO e o CDP”, destaca.
A gerente de Estudos Ambientais e das Mudanças Climáticas do IPP, Patricia Turano, ressalta o trabalho transversal desenvolvido no combate à crise climática:
“Esse prêmio é um reflexo de um aprendizado que veio sendo construído ao longo de anos, do trabalho conjunto de funcionários de diversos órgãos e da confiança dos gestores no corpo técnico.”
Para o subsecretário de Acompanhamento de Resultados da Casa Civil, Anderson Simões, a governança climática é uma transformação de paradigma.
“O papel do Plano de Desenvolvimento Sustentável e do Plano de Ação Climática são de alta relevância para o planejamento central da cidade, já que permitem a estruturação dos projetos municipais de forma associada à estratégia de neutralização de carbono e à adaptação aos riscos climáticos; visando ampliar e distribuir pela população os benefícios sociais, ambientais e econômicos decorrentes da implementação dos planos”, reforça.
A Governança Climática do Rio conta ainda com o apoio técnico da Secretaria de Meio Ambiente no enfrentamento dos efeitos
das mudanças do clima.
“Este reconhecimento qualifica o trabalho desenvolvido pelos órgãos públicos municipais no enfrentamento das mudanças climáticas. A cidade do Rio de Janeiro é pioneira na elaboração de estudos de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, e nos últimos anos assumiu importantes compromissos ambientais. É uma honra receber um prêmio desta importância, apesar deste momento de pandemia que estamos vivendo”, celebra o secretário municipal de Meio Ambiente, Bernardo Egas.
Rio Capital Mundial da Arquitetura
O Rio de Janeiro é a primeira Capital Mundial da Arquitetura, título inédito conquistado pela Prefeitura do Rio e pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e pela União Internacional de Arquitetos (UIA). Ao longo de todo o ano de 2020, a cidade sediará uma série de eventos, entre eles o 27º Congresso Mundial de Arquitetos, exposições e concursos públicos, adiado para 18 a 22 de julho de 2021, devido ao surto do novo coronavírus no mundo. Além de mostrar para o mundo a riqueza arquitetônica do Rio, esta titulação é também uma oportunidade de reflexão sobre o futuro, de planejar o que se quer para as cidades de todo o mundo.
UIA 2021 Rio
Com o tema “Todos os mundos. Um só mundo. Arquitetura 21” e expectativa de público de 20 mil profissionais da área, o 27º Congresso Mundial de Arquitetos vai transformar o Rio no epicentro do debate sobre o futuro das cidades do mundo. Promovido pela União Internacional de Arquitetos (UIA) e com a organização do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), o evento convida especialistas e entusiastas de cidades mais dinâmicas, justas e sustentáveis a debater soluções inicialmente entre os dias 19 e 23 de julho de 2020 (devido à pandemia de coronavírus no mundo, a data foi adiada para 18 a 22 de julho de 2021). O Congresso conta ainda com eventos preparatórios e paralelos, como exposições, seminários e workshops, que acontecem por todo o país.
Fonte: UIA2021Rio