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Rio Olímpico: “Crônica de uma cidade feliz”, por Luiz Fernando Janot

Parque Olímpico

 

Uma cidade é antes de tudo um espaço para a realização da vida cotidiana.  No mundo globalizado o convívio entre pessoas de origens diversas acrescenta ao meio urbano uma perspectiva social diferente de épocas passadas. Nessa linha de pensamento, os Jogos Olímpicos de 2016 transformaram o Rio de Janeiro em palco para as mais surpreendentes manifestações culturais em seu contexto urbano. A rotina da cidade abriu espaço para a organização do evento, para a mobilidade das delegações esportivas e para receber o extraordinário contingente de turistas que chegou à cidade em busca de lazer e entretenimento.

 

A boa receptividade do carioca associada ao clima de congraçamento e animação nas ruas sepultou de vez o mau agouro dos pessimistas de plantão. Juntos, moradores e visitantes se divertiram a valer pelos novos espaços urbanos e paisagísticos criados na cidade. Na área central revitalizada os turistas se esbaldaram dia e noite. Predominou no encontro o bom relacionamento entre as multidões, inclusive nos locais de competição onde os aplausos e vaias apaixonadas não provocaram conflitos entre os torcedores.

 

Na verdade, o tom cordial desse monumental evento foi dado pela festa de abertura no Maracanã. Esse belíssimo espetáculo, produzido com extremo bom gosto e rigor, consagrou o talento e a competência dos diretores e dos artistas brasileiros, sepultando de uma vez por todas o complexo de vira-lata que teatrólogo Nelson Rodrigues apontava com sagacidade. Através de cenários deslumbrantes, produzidos com altíssima tecnologia digital e efeitos especiais, a atual cidade olímpica foi representada com seu amplo repertório de beleza e caos.

 

As construções virtuais perpassavam não apenas as belezas naturais, mas, sobretudo, a evolução urbana da cidade com seus conhecidos contrastes sociais, econômicos, culturais e territoriais. Representações de edificações produzidas pelo mercado imobiliário se misturavam às imagens das favelas presentes na cidade. Em meio a esse contexto urbano, despontou a nossa Gisele Bundchen desfilando ao som da Garota de Ipanema sobre curvas sensuais reproduzidas de desenhos belíssimos do nosso mestre Oscar Niemeyer. Um espetáculo deslumbrante.

 

Durante a realização dos jogos as imagens divulgadas de dentro e de fora do Parque Olímpico mostram que o legado do evento não se restringiu unicamente às intervenções urbanas e arquitetônicas espalhadas pela cidade. Além dos tradicionais atrativos turísticos ficarão registradas no inconsciente coletivo as lembranças da boa receptividade, da hospitalidade e da alegria com que a população carioca lidou com as comitivas e os inúmeros visitantes.   

 

Que o Rio é lindo todos nós sabemos. Mas, agora, além desse privilégio, podemos confirmar a sua qualidade singular de se transformar a qualquer momento em uma cidade feliz e apaixonada por festas. Que o Cristo Redentor, do alto do Corcovado, proteja essa cidade abençoada por Deus e pela natureza.

 

 

Publicado em 18/08/2016

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