Entre os dias 2 a 6 de julho, milhares de arquitetos de todo o mundo estarão reunidos em Copenhague para o 28° Congresso Mundial de Arquitetos (UIA2023CPH). Como será a participação brasileira nesse evento foi o foco de uma reunião promovida pelo CAU Brasil em Manaus, em conjunto com as entidades representativas da categoria e com pesquisadores da área.
“Vamos levar o Brasil para os arquitetos do mundo, por meio da representação do IAB”, afirmou a presidente do CAU Brasil, Nadia Somekh. “Isso está sendo elaborado com todas as entidades do CEAU, porque o trabalho coletivo é mais potente. Vamos ver como somamos nossos esforços e construímos a nossa participação.” O IAB é a seção nacional da União Internacional de Arquitetos (UIA) no Brasil. “Temos direito a um stand de 9m² para levar a nossa programação. Também estamos construindo eventos paralelos, com a ajuda da Embaixada do Brasil na Dinamarca”, afirmou o vice-presidente do IAB, Rafael Passos.
Principal tema da participação brasileira no UIA2023CPH será o Projeto Amazônia 2040, com a marca da sustentabilidade. “Há uma cobrança internacional de preservar a Amazônia e precisa olhar para as desigualdades de todo o continente da América Latina. Não há salvaguarda da Amazônia sem isso”, disse. Objetivo é mostrar a Amazônia como não só como floresta, mas como um ambiente construído e cultivado pelos povos que vivem na região, pelas suas formas de ocupar o território.

O CAU Brasil e o Colegiado das Entidades Nacionais de Arquitetos e Urbanistas (CEAU) estão em negociação com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) para apoio em exposições e eventos a serem realizados no Congresso UIA2023CPH.
A presidente do CAU Brasil, Nadia Somekh, destacou que o evento representa uma grande oportunidade também para a mobilidade profissional. “Nós do CAU temos uma especificidade diferente das entidades. Vamos trabalhar com acordos bilaterais de mobilidade internacional, uma tarefa exclusiva do Conselho”, disse. “Buscar investimentos para a Amazônia e projetos urbanos são ações que vamos promover em cooperação com as entidades.”

Segundo o coordenador-adjunto da Comissão de Relações Institucionais (CRI), José Gerardo da Fonseca, prioridade será reforçar diálogos com a China e Portugal. “Vamos também tratar com o Instituto Real de Arquitetos Britânicos (RIBA) o tema créditos de carbono. Esse é um assunto da construção civil no mundo inteiro”, afirmou.
O professor Marcos Cereto, professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), lembrou que a Arquitetura Moderna Brasileira traz inovações de vanguarda, como as obras de Severiano Porto. Uma pesquisa recente mostrou que os projetos de Severiano Porto hoje receberiam a qualificação máxima em relação aos requisitos internacionais de sustentabilidade. “Temos que mostrar isso ao mundo, que a nossa Arquitetura tem qualidade e tem comprometimento com o lugar”, afirmou.
Para Rafael Passos, o Congresso Mundial de Arquitetos representa uma oportunidade única para a divulgação da nossa Arquitetura. “Não podemos perder o trem da história. É uma oportunidade de sairmos na frente no tema da sustentabilidade”, disse.