Na tarde do primeiro dia do II Seminário Nacional de Formação, Atribuições e Atuação Profissional do CAU Brasil, foi realizada a mesa temática de formação continuada abordando o CAU Educa e ações visando a inclusão da arquitetura e urbanismo na vida escolar, desde o ensino infantil.
A arquiteta Ana Beatriz Goulart, pesquisadora do Grupo Ambiente Educação GAE/FAU UFRJ, falou como vem crescendo o interesse pelo trabalho da arquitetura desde a primeira infância, seja por estudantes de AU, por coletivos, e também por pedagogos. Além disso, o próprio projeto de escola deve ser revisto, pois ainda hoje reproduz o mesmo programa de necessidades e não se questiona se é dessa escola que a sociedade precisa.
Ocupação territorial é um dos primeiros pontos que devem ser abordados nesse diálogo para a construção de novas escolas. Ana Beatriz menciona o programa Mais Educação, do MEC, que possui um caderno pedagógico Territórios educativos para uma educação integral, disponível online. A arquiteta conta que o MEC quer criar um manual para ajudar os municípios, e ela pretende criar um grupo nacional de discussão, de forma a atender as especificidades de diversas regiões do país.

Em seguida, a pedagoga Isabella Gregory, coordenadora da Urban95 Brasil, falou de iniciativas da rede, que está presente em oito países do mundo e em 27 cidades do Brasil. Os dois pontos principais são a importância em se pensar em cidades educadoras, e em se pensar as cidades junto com as crianças.
Se a cidade hoje é centrada no carro e feita pela perspectiva do adulto, a meta do grupo é pensar em cidades centradas nas pessoas, e pela perspectiva da criança. Se, por um lado, o cérebro humano está mais apto a receber novas estruturas na primeira infância, pelo lado econômico já se comprovou que o investimento em crianças é que mais tem retorno para a sociedade.

A professora Liza Andrade, líder do Grupo de Pesquisa Extensão Periférico, membro do BrCidade e do ONDAS, trouxe sua experiência com seu trabalho com pesquisa e extensão em periferias, que em 2021 lhe trouxe o prêmio CAU/DF Docentes de Práticas Inovadoras de Ensino.
“Começamos com o tcc e percebemos que estávamos produzindo conhecimento, o protagonismo estudantil estava na linha de frente”, narra a professora. Ela critica, por exemplo, como a escola de arquitetura e urbanismo ignora a ocupações irregulares. “Temos que projetar de trás pra frente. Existe um conhecimento sociotécnico que é uma via de mão dupla.”

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