O I Seminário Nacional de Urbanismo do CAU/BR, realizado em 10 de novembro, em comemoração ao Dia do Urbanismo (8 de novembro) contou com um panorama sobre a evolução das cidades e da humanidade apresentada pelo arquiteto e urbanista e professor da UFRJ Cristóvão Fernandes Duarte. O evento, promovido pelas Comissões de Política Profissional (CPP) e de Política Urbana e Ambiental (CPUA) foi mediado, na etapa “Observando o Urbanismo – Da Cidade ao Urbano”, pela conselheira federal Patrícia Luz de Macedo.
Cristóvão Duarte destacou o papel da mulher na construção da cidade a partir do período neolítico, quando ela passa a ter um protagonismo e os homens deixam de ser nômades (caçadores e coletores) e passam a ser agricultores e domesticadores.
O professor explicou que esse é o momento da mudança do nômade para o sedentário, que caracteriza o início da civilização urbana. É a partir dessa transformação que o homem se fixa sobretudo no território e passa a constituir um habitat permanente.
Os utensílios utilizados são produzidos pelas mulheres e têm valor fundamental, pois armazenam os grãos da produção e a água para a atender as necessidades da vida cotidiana.
Ao enfatizar o papel feminino nesse período, o professor citou Lewis Mumford que afirmou ser o neolítico é proeminentemente da mulher e “(…) foi a mulher que fabricou os primeiros recipientes; (…) Na forma, também a aldeia é criação sua; (…) a cidade não era ela nada menos que um recipiente de recipientes”. Segundo Cristóvão, o raciocínio desse historiador percebe no recipiente a forma feminina, da proteção, da nutrição, do abrigo, a forma uterina da reprodução da vida e que associa ao matriarcado o início da civilização urbana.
A panorâmica trouxe fatos curiosos como a semelhança de antigas moradias, como a Aldeia de Çatal Huyuk, na Anatolia, a 6.000 a.C, com as favelas cariocas. Çatal Huyuk era compacta por excelência e suas edificações não se destacavam umas das outras, informação ressaltada pelas pesquisas arqueológicas. Outras imagens com o mesmo tipo de representação também foram encontradas na Argentina e na Indonésia.
As informações sobre a evolução do Urbanismo apresentadas pelo professor tiveram a função de olhar para o passado e tentar identificar, nesse movimento, as possibilidades do futuro que se anuncia. “Acho que o futuro da humanidade será discutido nas cidades. Nelas nós temos todos os problemas a serem enfrentados, mas também, as soluções. A cidade me parece ser a aposta num futuro melhor que precisamos construir juntos”, afirmou Cristóvão Duarte.
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