Cerca de 150 pessoas participaram na última sexta-feira (18/5) do Seminário Ensino de Arquitetura e Urbanismo em Foco, em Manaus (AM). O evento foi promovido pela Comissão de Ensino e Formação do CAU/BR em parceria com o CAU/AM.
O destaque foi a mesa-redonda “Boas práticas no ensino de Arquitetura e Urbanismo”, com a participação das professoras Ana Maria Monteiro (Unicamp) e Gabriela Tenório (UnB), sob mediação do professor Marcos Paulo Cereto (UFAM). Estudantes, professores, pesquisadores e interessados na área participaram do debate, realizado no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).
PARTICIPAÇÃO DAS ENTIDADES
Ana Maria Monteiro, que é vice-presidente da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA), defendeu que o avanço da qualidade dos cursos de Arquitetura e Urbanismo no Brasil requer que todas as entidades do setor tomem parte das discussões e das providências necessárias na área. “Acredito que será na soma dos esforços entre as entidades relacionadas ao ensino e ao exercício profissional dos arquitetos e urbanistas que conseguiremos caminhar no sentido de garantir a qualidade da formação e, por consequência, da atuação profissional”, afirmou.
FERRAMENTAS DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
Para a professora Gabriela Tenório, a discussão sobre as possibilidades do ensino à distância é a mais emergente na área. Ela apresentou o caso da especialização em Reabilitação Ambiental Sustentável Arquitetônica e Urbanística oferecido pela UnB. “Considero que a experiência do uso do ensino à distância no curso foi bem-sucedida porque reuniu uma equipe completa. Não é simplesmente o professor produzir o conteúdo e jogar na rede. Há responsáveis pelo encadeamento do conteúdo, pela eliminação de sobreposição, pela elaboração de atividades e pela personalização dessas atividades para evitar o plágio. O professor fica disponível para tirar dúvidas e interagir”.
Para a docente, o ensino à distância pode servir como novas possibilidades e ferramentas para os cursos presenciais. “Ensino à distância não é necessariamente de má qualidade. É possível considerá-lo como um novo meio de educação. Não podemos simplesmente negar a forma porque ela hoje está sucateada”, complementa.
O caso apresentado pela professora Gabriela Tenório é de um curso de pós-graduação latu sensu, exclusiva para profissionais já formados. O CAU já se posicionou publicamente contra a realização de cursos de graduação em Arquitetura e Urbanismo integralmente ou majoritariamente à distância. Veja aqui a manifestação oficial.
IMPORTÂNCIA DO DEBATE
Além de estudantes, professores, pesquisadores e profissionais do Amazonas, o evento reuniu servidores e conselheiros do CAU. Uma parte do Seminário foi exclusiva para o público interno do Conselho e debateu a uniformização de procedimentos do Conselho na área.
Para a analista técnica Maria Flávia Marques, que atua na Comissão de Ensino e Formação do CAU/SP, o evento foi importante para promover a convergência da atuação dos CAU/UF. “Esta atividade é de grande importância para que todos os Conselhos possam alinhar e ajustar as demandas da educação. Sabemos que os temas aqui discutidos são importantes para o Brasil e para os profissionais da Arquitetura”.
Para o presidente do CAU/AM, Jean Faria, é importante que os arquitetos e urbanistas da Região Norte participem junto com o Conselho da discussão de temas de relevância na área. “Pudemos nos aproximar ainda mais de um tema tão recorrente na vida do arquiteto e urbanista e do estudante. O ensino de Arquitetura e Urbanismo no Brasil precisa ser debatido, e para nós é uma honra que possamos receber este evento aqui no Norte, com um público interessado, focado e disposto a discutir a temática”, afirmou.
A CEF-CAU/BR é coordenada pela arquiteta e urbanista Andrea Vilella Arruda.
Foto do topo: Cerca de 150 pessoas participaram do Seminário Ensino de Arquitetura e Urbanismo em Foco, em Manaus (Foto: CAU/AM)
Com informações do CAU/AM