No segundo dia do “Seminário Nacional de Política Urbana: Por cidades humanas, justas e sustentáveis”, a mesa “Territórios de Preservação Ambiental e Cidade Pequenas, Médias, Ribeirinhas e de Fronteiras” discutiu a nova agenda urbana e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). A pauta tratou ainda da Amazônia, APPs em áreas urbanas, das regiões de florestas e pantanal, da preservação das bacias hidrográficas e do controle de fronteiras. Participaram os arquitetos e urbanistas Cid Blanco (IAB/SP e UIA), Claudia Pires (Faculdade Newton Paiva e IAB/MG), Ana Claudia Cardoso (UFPA) e a bióloga Sueli Ângelo Furlan (USP).
A arquiteta Ana Claudia Cardoso, professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), afirmou que as cidades precisam compatibilizar expansão urbana e meio ambiente. “Os indígenas tinham um manejo muito eficiente da região no passado. Havia uma lógica de distribuição dos assentamentos indígenas na América Pré-Colombiana, apresentando certa familiaridade com a forma de assentamento das cidades jardins”, disse, lembrando que terra não pode ser tratada como mercadoria somente.
Sueli Ângelo Furlan, bióloga e geóloga, lembrou das dificuldades na preservação do meio ambiente. “A legislação de conservação obteve ganhos significativos em muitas partes do mundo, mas sua aplicação é fraca e seus fracassos são permanentes”, disse. “O território é o campo da política, da luta de forças. Como organizar os usos da terra e as trajetórias do uso da terra?”, questionou, destacando a importância da participação política para mudarmos esse quadro.
Para o arquiteto Cid Blanco falou da importância dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) propagados pela Organização das Nações Unidas (ONU) e que trazem metas referentes a habitação, sistemas de transportes seguros sustentáveis, planejamento urbano, patrimônio histórico e cultural, áreas de risco das catástrofes (câmbios climáticos), gestão de resíduos sólidos, segurança do espaço urbano, acessibilidade, dentre outras. Segundo Cid, esses objetivos contribuem para a articulação de políticas públicas na sociedade. “Alcançar as metas dos ODS é reduzir desigualdades”, disse.
A arquiteta Claudia Pires afirmou que a sustentabilidade deve ser um objetivo de todos, inclusive para as populações carentes. Para ela, toda a agenda da sustentabilidade e do desenvolvimento urbano deve considerar que há muita gente morando na rua, as ocupações urbanas pela moradia, o conflito campo–cidade. “Vamos disseminar a assistência técnica e trabalhar com acesso ao crédito e ao microcrédito. Nós estamos aqui para trabalhar uma agenda para esta minoria. Que comece nos bairros, nas associações dos sem casa”, propôs.
Mais sobre o Seminário Nacional de Política Urbana:
Seminário de Política Urbana: Arquitetos e os desafios das nossas cidades
Seminário de Política Urbana: Como melhorar a qualidade de vida nas cidades
Seminário Nacional de Política Urbana debate metrópoles brasileiras
Seminário de Política Urbana: Participação política para unir cidades divididas
Seminário Nacional de Política Urbana: Arquitetura, Cidades e Meio Ambiente
Vídeos: Íntegra do Seminário Nacional de Política Urbana