Arquitetos e urbanistas estiveram reunidos em São Paulo para o “Seminário Nacional de Política Urbana: Por cidades humanas, justas e sustentáveis”. A terceira mesa-redonda do evento debateu temas como Governança Metropolitanas, densidade populacional e oportunidades de trabalho e ocupação geradora de renda. Participaram os arquitetos e urbanistas Jeroen Klink (UFABC), Graciete Costa (UFRR), Fernando Mello Franco (CAU/SP)
e Candido Malta Campos (USP).
O professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), Jeroen Klink, destacou que as cidades estão apenas acumulando problemas com a ocupação de baixo custo, e que a solução passa obrigatoriamente pela mobilização da sociedade. “Se a sociedade brasileira não se mobilizar para esta agenda da vida nas metrópoles, às crises que remetem a vida nas metrópoles, não avançaremos”, afirmou. Ele defende que o Governo Federal estabeleça um projeto nacional de integração das metrópoles, colocando o planejamento no centro do debate.
Fernando Mello Franco, ex-secretário de Desenvolvimento de Desenvolvimento Urbano de São Paulo e atualmente conselheiro do CAU/SP, disse que a população jovem de hoje em dua já não vê mais a propriedade como ponto central de sua vida, mas sim o direito à cidade, aos serviços e experiências que ela oferece. Fernando destaca, porém, que a relação entre as cidades e o meio rural precisa ser trata com cuidado, pois dela depende a sustentabilidade. “O fenômeno da metropolização não responde ao desenvolvimento de uma região. Há outras formas de recorte que precisam ser trazidas para a discussão”.

O professor Candido Malta Campos Filho, da USP, afirmou que o capital financeiro e o capital imobiliário têm imposto seus interesses para as cidades, reduzindo o papel dos arquitetos no planejamento urbano, passando-o para as mãos dos economistas, “como se fossem planejadores urbanos”. “Sem o cumprimento da função social da cidade, continuaremos lidando com os problemas trazidos pela excessiva expansão urbana. Do jeito como está, o resultado é uma periferizaçao maior e uma favelização maior”.
A arquiteta e urbanista Graciete Costa, professora da Universidade Federal de Roraima (UFRR), trouxe para a discussão o problema dos imigrantes venezuelanos em Boa Vista. O fluxo já é 55% maior em 2018 em comparação com 2017, com 59.000 pessoas vindas da Venezuela até o final de ano – isso numa cidade com população total de 450 mil habitantes. “A minha proposta é que todos os 27 Estados da Federação também recebam os venezuelanos como estamos recebendo em Boa Vista”, disse.
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