Segunda mesa do evento apresentou iniciativas que mostram respostas efetivas aos desafios urbanos da Amazônia

A segunda mesa do seminário Projeto Amazônia 2040 – Arquitetura e Urbanismo para um futuro sustentável, que ocorreu no dia 8 de fevereiro em Manaus, apresentou experiências práticas que oferecem respostas aos desafios urbanos impostos pelo território. O público assistiu às explanações dos arquitetos Thomaz Ramalho, da agência de cooperação Brasil-Alemanha GIZ; Claudemir José Andrade e Pedro Paulo Cordeiro, do Instituto Municipal de Planejamento Urbano – IMPLURB; e Myrian Cardoso, da Rede Amazônia. A mesa foi mediada pelo coordenador da Comissão de Políticas Urbanas e Ambientais (CPUA), Ricardo Mascarello.

AGÊNCIA DE COOPERAÇÃO GIZ
Thomaz Ramalho apresentou os estudos e resultados do projeto de Apoio à Agenda Nacional de Desenvolvimento Urbano Sustentável no Brasil (ANDUS). A iniciativa é resultado da cooperação técnica entre o governo brasileiro, através dos Ministérios de Desenvolvimento Regional e de Meio Ambiente, e o governo alemão. As estratégias de planejamento e de gestão urbana formuladas pela GIZ beneficiam governos, instituições e entidades nas esferas federal, estadual e municipal.

O projeto ofereceu apoio à estruturação da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano e fomentou a criação da Rede para Desenvolvimento Urbano Sustentável (ReDUS). Ao integrar pessoas e organizações, a rede fortalece a colaboração e a construção de agendas e soluções conjuntas para desafios urbanos das cidades brasileiras.
Thomaz compartilhou com o público algumas lições aprendidas a partir das experiências em território amazônico. “Não adianta propor soluções que não sejam adaptadas ao contexto. Trabalhar com a Amazônia é enfrentar os conflitos da terra. Nós temos cidades e vilas em terras indígenas e desafios próprios para regularização fundiária, por exemplo”, apontou.
Mais do que políticas de punição por desmatamento e práticas irregulares, o arquiteto e urbanista defendeu medidas que beneficiem manejos sustentáveis, como a manutenção da floresta em pé e práticas sustentáveis práticas agrícolas e de destinação de resíduos.
ACESSE A APRESENTAÇÃO DE THOMAZ RAMALHO
IMPLURB

Atualmente, 24 municípios de diversos portes e capacidades regionais contam com o suporte técnico do ANDUS para estruturar instrumentos locais de desenvolvimento sustentável. A mesa do seminário Amazônia 2040 apresentou o caso de Amajari/RR e de Manaus. Como resultado da consultoria oferecida pelo GIZ, a capital do Amazonas criou o Projeto Nosso Centro, destinado a promover reabilitação e revitalização no centro da capital. O programa foi apresentado pelos arquitetos e urbanistas Claudemir José Andrade, secretário de Administração e Finanças, e Pedro Paulo Cordeiro, diretor de Planejamento Urbano do Instituto Municipal de Planejamento Urbano de Manaus (IMPLURB).

Manaus concentra 55% da população urbana do Amazonas e centraliza a economia no estado que tem as maiores extensão territorial e cobertura florestal do país. Procurando considerar estas e outras características, o projeto Nosso Centro foi concebido sob três eixos conceituais: mais vida, pensando na reativação de vazios urbanos; mais negócios, que prevê medidas como criação de empreendimentos de uso misto; e mais história, com resgate dos conceitos da ancestralidade indígena e preservação do patrimônio.
ACESSE A APRESENTAÇÃO DE CLAUDEMIR JOSÉ ANDRADE E PEDRO PAULO CORDEIRO
REDE AMAZÔNIA
A professora da Universidade Federal do Pará Myrian Cardoso apresentou os resultados do trabalho da Rede Amazônia. A coalizão multiprofissional reúne dez instituições de ensino, 52 municípios, governos, diversos órgão públicos e ONGS desenvolve ações para regularização fundiária, prevenção de conflitos socioambientais, melhorias habitacionais e sanitárias no território da Amazônia Legal.
A professora apontou os desafios para a integração das necessidades de uso do espaço urbano e do desequilíbrio entre os interesses financeiros e sociais. “Entre 70 e 80% do território ocupado da Amazônia é rotulado como irregular, mas são espaços tributáveis e contribuem para a produção da cidade formal”, afirmou, defendendo a regularização fundiária como ferramenta de desenvolvimento socioambiental urbano que atenda aos interesses da maioria da população.
Myrian também convocou os arquitetos e urbanistas a atenderem às demandas locais. “A autoconstrução precisa ser vista como uma solução, e não problema. É preciso aprender com quem produz para que a gente possa auxiliar essa população e contribuir para a transformação sócio ambiental do espaço”, disse a professora.
ACESSE A APRESENTAÇÃO DE MYRIAN CARDOSO
O seminário Amazônia 2040 é uma iniciativa do CAU Brasil, através da Comissão de Política Urbana e Ambiental, que vai estruturar um plano brasileiro a partir do conhecimento técnico dos arquitetos e urbanistas para o território amazônico. O programa será apresentado no Congresso UIA 2023, que acontece entre 2 e 6 de julho, em Copenhagen/DK.
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