A experiência da cidade colombiana de Medellín em deixar de ser a mais violenta do mundo para se tornar referência em urbanismo social foi o tema da apresentação do antropólogo Santiago Uribe durante o Fórum Internacional de Arquitetos e Urbanistas do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR). A exposição acerca da cidade ocorreu na sexta-feira (16/8) durante a 4ª edição do Rio Innovation Week (RIW), maior conferência global de tecnologia e inovação, que aconteceu no Rio de Janeiro.
Uribe, diretor-executivo da Medellín Resilience Office Corporation, debateu as transformações urbanas de Medellín, destacando as estratégias que levaram a cidade a se tornar um modelo de inovação e inclusão social por meio de intervenções urbanísticas. Na década de 80, Medellín era conhecida como a cidade mais violenta do mundo, devido ao tráfico de drogas e à alta taxa de criminalidade.
Atualmente, a cidade se destaca como um polo de criatividade e inovação social, resultado de uma colaboração estabelecida entre agentes públicos, sociedade civil e setor empresarial. O governo do país criou a Empresa Pública de Desenvolvimento Urbano, que reuniu arquitetos, sociólogos, assistentes sociais e outros profissionais para discutir e desenvolver projetos urbanísticos com diferentes perspectivas.
Ao invés de aumentar o policiamento, uma das medidas adotadas para combater a violência foi a criação de espaços de convivência para combater a insegurança, com intervenções que fomentam o convívio entre as pessoas e mudam a relação da população com a cidade.
Na época de maior violência, Medellín registrava 6.349 homicídios anuais. Em 2022, esse número caiu para 319.