EVENTOS

VI Diálogos Franco-Lusófonos discute uso dos espaços públicos no Brasil e na França

Casos e experiências de ocupação do espaço público no Brasil e na França estão em evidência durante o VI Diálogos Franco-Lusófonos, entre 8 e 10 de novembro. A sexta edição do evento tem como tema “Espaço Público: Costumes, Desvirtuamento e Reivindicação” e é organizada pelo IAU-USP de São Carlos. A presidente do CAU Brasil, Nadia Somekh, foi moderadora da primeira mesa: “Produção e privatização do Espaço Público”. Para refletir sobre as tensões entre o público e o privado na produção do território, foram convidados os professores Mauro Munhoz, Mauro Calliari e a professora Sabrina Bresson.

 

 

 

 

Assista à mesa na íntegra!

 

A presidente Nadia Somekh apresentou iniciativas de ocupação do espaço urbano na França impulsionadas pela mobilização social e pelo empreendedorismo: o projeto Paris Rive Gauche, que reconfigurou uma antiga área industrial; o centro cultural Le Frigo, edificação de um antigo frigorífico ocupado por coletivos culturais; e a Station F, antigo pavilhão localizado na Halle Freyssinet que deu lugar a um campus de startups. A partir das experiências, Nadia convidou os participantes à reflexão coletiva sobre ações concretas que possam levar à transformação da realidade e das cidades brasileiras. “Se o projeto de arquitetura transforma o território, nós arquitetos construímos o território. Como presidente do CAU/BR, tenho a missão, junto com os nossos arquitetos, de melhorar o nosso país especialmente neste momento de retrocessos”, afirmou.

 

 

 

 

Em seguida, houve a exposição do arquiteto Mauro Munhoz. Responsável pelo projeto de requalificação da Praça da Matriz de Paraty, Munhoz falou sobre a experiência de intervenção urbana na cidade que abriga um dos eventos literários mais importantes do país, a Festa Literária Internacional de Paraty. A proposta considerou os aspectos histórico, natural e o patrimônio imaterial da cidade para acomodar a vocação artística há cerca de vinte anos. “A FLIP é uma manifestação cultural que imagina uma cidade aberta, que constrói membranas permeáveis para que as pessoas possam se ver representadas”, disse o arquiteto. “A literatura, como a arquitetura e o urbanismo, só existem quando habitados pelo público. O livro só existe quando é lido; o espaço público só existe quando quem o habita reconhece, no seu arranjo, os elementos identitários da sua ancestralidade e da experiência que carrega consigo”, considerou.

 

 

 

O terceiro convidado foi Mauro Calliari, doutor em urbanismo, autor do livro Espaço Público e Urbanidade em São Paulo e do blog Caminhadas Urbanas. Calliari lançou seu olhar sobre territórios em disputa entre o interesse público e privado na capital, trazendo enfoque para o uso da cidade a partir da caminhabilidade. A palestra evidenciou seis espaços: o Parque Augusta, a Rua Guaicuí, a Praça do Pôr do Sul, o Estádio Pacaembu, o projeto do Boulevard da Diversidade e o Minhocão. Para Calliari, se o espaço é a expressão da sociedade, a forma como a cidade lida com os conflitos “é revelador sobre a saúde da sociedade”. “Na cidade de São Paulo, os envolvidos (stakeholders) ainda não sabem resolver seus conflitos. Em algumas situações, sequer os reconhece”, disse o palestrante.

 

 

A partir das experiências apresentadas, a socióloga Sabrina Bresson, professora da Escola Nacional de Arquitetura Paris-Val de Seine, foi convidada a repercutir e analisar o processo de privatização dos espaços públicos nas cidades francesas e brasileiras. A professora  ofereceu comentários sobre os casos apresentados e falou sobre a necessidade de definir as concepções e usos do espaço público. Apesar dos contextos distintos, observou a professora, tanto o Brasil quanto a França têm a desigualdade social como principal elemento gerador dos conflitos no espaço público.

 

 

 

Os Diálogos Franco-Lusófonos acontecem a cada dois anos desde 2011 com a intenção de projetar o olhar de pesquisadores e urbanistas sobre os desafios globais e locais. A sexta edição estava prevista para ocorrer no ano passado e foi transferida por conta da crise sanitária provocada pela Covid-19. As atividades têm transmissão ao vivo pelo canal do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da Universidade de São Paulo (USP), Campus São Carlos – SP  no Youtube. Nesta terça, o tema da mesa principal é Espaço Público, Espaço Comum: Reexistências. Assista aqui

 

Confira a programação completa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Confira a programação completa

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