Devido ao isolamento compulsório e à emergência de saúde ressaltada pela pandemia de Covid-19, seis arquitetas da Espanha, Brasil e Argentina levantarão e compartilharão, por meio de uma conferência na web, uma série de reflexões sobre três tópicos de sua competência: Arquitetura, cidade e gênero. Três temas marcados por uma tradição androcêntrica ocidental, que com grande dificuldade, coletivos de mulheres, estão tentando desconstruir e tornar visíveis as mudanças reais na sociedade.
O webinar será realizado durante quatro dias e incluirá a participação da vice-reitora da sede do Alto Valle Valle Medio da Universidade Nacional de Río Negro, Andrea Tapia; Ana Gabriela Godinho Lima, Professora Associada de Pesquisa da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo, Brasil; Ana Falu, Professora de Pesquisa do Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Técnica (CONICET) e Diretora do Mestrado em Gerenciamento e Desenvolvimento de Habitações – Casa e Cidade -, da Universidade Nacional de Córdoba; Zaida Muxi, professora da Escola de Arquitetura de Barcelona da Universidade Politécnica da Catalunha, Espanha; Atxu Amann y Alcocer, Professora de Ideação na Universidade Politécnica de Madri, Espanha.
Eixos
1. Na arquitetura, o espaço doméstico entrou em crise. A habitação, uma questão em que todos nós trabalhamos para quebrar os modelos pré-estabelecidos que replicam a estrutura patriarcal, entrou em colapso e também se tornou um espaço para disputas de poder. Nesse campo, as mulheres podem avançar em seus objetivos de corresponsabilidade entre todos os membros da família em questões domésticas? A moradia é um espaço democrático para que isso aconteça? Quais forças podemos construir a partir dessa crise e que questões podemos trazer à mesa?
2. Nesses tempos, vimos nossas cidades desertas porque estão todos em casa, mas quais são as consequências desse esvaziamento e quais serão as ações que devemos realizar ou em que dimensões devemos trabalhar para recuperar e reinventar o espaço público como um espaço de construção para valores compartilhados, valores do cidadão? Se o distanciamento social se torna uma constante para esta e outras pandemias, como devemos repensar nossas cidades e como a incorporação de uma perspectiva de gênero em seu planejamento passa ou responde a isso?
3. O ensino da arquitetura durante o Covid-19 e a perspectiva de gênero. Aqui, não apenas uma reflexão sobre como nos reinventar como professores, mas também como construir novos espaços virtuais que nos permitam construir conhecimento de maneira cooperativa e solidária, e nos inserir nesse novo meio como atores decisórios, principalmente nos espaços das oficinas de projetos onde as mulheres têm baixa representatividade.
Arquitetos convidados
* Ana Gabriela Godinho Lima (Brasil)
Professora associada de pesquisa da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Editora temática da revista FAU-Mackenzie Cadernos de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Co-coordenadora do Projeto de Pesquisa: Cidade, Gênero e Infância. Autora de: Arquitetos e arquitetos da América Latina do século XX (Editorial Altamira, 2013). Editora do blog: Feminino e Plural: Percursos e Projetos de Arquitetas.
* Ana Falu (Argentina)
Emerita. É arquiteta, professora, pesquisadora do Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Técnica (CONICET) e diretora do Mestrado em Gerenciamento e Desenvolvimento Habitacional – Casa e Cidade – da Universidade Nacional de Córdoba, Argentina. Foi Diretora do INVIHAB – Instituto de Investigações sobre Habitação e Habitat – e é editora da Revista de Habitação e Cidade do INVIHAB – FAUD-UNC. Ela é a líder do grupo consultivo de gênero do habitat da ONU e coordenadora do núcleo de estudos de gênero das universidades internacionais da UNI – ONU habitat. Foi diretora regional da ONU Mulheres para a região andina e para o Brasil e os países do Cone Sul.
* Zaida Muxi (Espanha)
Zaida Muxi, professora de arquitetura PhD na Escola de Arquitetura de Barcelona na Universidade Politécnica da Catalunha, foi co-diretora do Master Laboratory for Housing do século XXI na Universidade Politécnica da Catalunha de 2004 a 2014. Foi professora diretor de planejamento urbano da cidade de Santa Coloma de Gramenet (região metropolitana de Barcelona). Entre os livros publicados está a estaca “Mulheres, casas e cidades. Além do limiar” (dpr-barcelona 2018) e Arquitetura e política (2011), em co-autoria com Josep Maria Montaner também colaborou no livro publicado recentemente por Josep Maria Montaner Política e Arquitetura (Gustavo Gili, 2020).
* Atxu Amann e Alcocer (Espanha)
Professora de ideação na Universidade Politécnica de Madri, criadora do Mestrado em Comunicação Arquitetônica e coordenadora do programa de doutorado com o mesmo nome; Chefe do grupo de pesquisa Hypermedia, de onde dirigiu pesquisas especialmente ligadas a gênero, domesticidade e tempo, de uma perspectiva crítica e ativista. Ela é membro do estúdio de arquitetura Extreme Temperatures, que obteve mais de cem prêmios e reconhecimentos de obras, a maioria deles obtida através de concursos de arquitetura, especialmente no campo da habitação coletiva.
* Arch. Maribel Aliaga (Brasil)
Professora de Projeto da Universidade Federal de Brasília. Pesquisadora do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (PPG-FAU / UnB) na linha de pesquisa em História e Teoria da Arquitetura (THC). Estuda os diálogos entre feminismo e arquitetura, buscando resgatar a memória das narrativas, bem como reconhecer as mulheres que construíram a capital. Pesquisadora do @amarelinha observatorio – Amar.é.linha, observatório de estudos feministas em Arquitetura e Urbanismo.
* Arq. Andrea Tapia (Argentina)
Vice-Reitora da Universidade Nacional de Río Negro. Diretora da carreira de Arquitetura e criador de sua proposta programática; Professora de projeto e teoria na Universidade Nacional de Río Negro. Diretora de projetos de pesquisa da mesma universidade. Pesquisadora e avaliadora especialista em REA. Especialista em estudos de transformações urbanas na cidade no processo de Globalização e na perspectiva de gênero como variável interpretativa e instrumento de projeto.
Datas importantes:
– quarta-feira, 27 de maio às 14:00 Argentina / 19:00 Espanha
Zaida Muxi – Ana Gabriela Lima
– quarta-feira, 3 de junho às 14:00 Argentina / 19:00 Espanha
Atxu Amann – Maribel Aliaga
– quarta-feira, 10 de junho às 14:00 Argentina / 19:00 Espanha
Ana Falú – Andrea Tapia
– quarta-feira, 17 de junho às 14:00 Argentina / 19:00 Espanha
Reflexão e questões pendentes
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Fonte: UNRN